Depois de muito tempo sem saber o que escrever, seja que coisa for, produzindo apenas textos pra graduação, preocupada com coerência e com estrutura, finalmente consegui sentar e escrever algo aqui.
E parece que é só isso. Sempre tive uma ligação muito forte com livros, histórias, palavras. Quando criança tinha muito prazer em ler os livros paradidáticos que a escola constantemente passava para lermos e trocarmos com os demais. Quando conheci os livros da série Noite Eterna foi um amor. Aproveitava o tempo antes de levantar para ir à escola para ler algumas páginas. Simplesmente lia. E dessas histórias ficaram algumas que me marcaram muito, das quais ainda guardo algumas recordações. São confortáveis, são parte da minha história pessoal.
Durante toda a adolescência escrevi. Curiosa, buscando assuntos diversos para aprender, decidi que ia procurar o sentido pra tudo isso na minha formação. E nisso me dediquei a conhecer mais histórias, mais curiosidades. Começou a se formar a pequena estante que eu já tinha, com livros e revistas - oi, Superinteressante e a matéria do impacto da oração (era isso?) observada biologicamente. Mas estou distante e ler não é mais algo constante, apesar de ter um livro em específico nesse meio tempo que se tornou um amor. E isso é parte do quão perdida estou. Buscar curiosidades não é mais um hábito. Cansada.
Desde sempre escrever era parte minha, uma maneira de me encontrar em mim. Era a minha forma de lidar com tudo o que acontecia, de me entender e de conectar o que se passava aqui com o externo. Então surgiu o Rumo às Colinas. Muitos escritos que foram pro lixo - coisa da qual não me arrependo. Alguns anos depois, sem ter um nome, surgiu esse aqui, quando decidi recomeçar. Senti a necessidade de me buscar. Precisava. Passei a escrever talvez de forma mais abstrata e com mais cuidado. Terminei meu namoro de mais de dois anos. Rasguei todo o caderno e apaguei o blog. Hoje olho pra tudo isso e consigo encarar tudo o que passou. Precisava recomeçar mais leve.
(Agora entendo que meu distanciamento social tinha um motivo, com o qual lido até hoje...).
(Agora entendo que meu distanciamento social tinha um motivo, com o qual lido até hoje...).
E assim foram surgindo alguns escritos aqui. Alguns colaborativos em outro blog - longa história - que transferi pra cá. Mais atenta, pensando mais, sentindo menos. Comecei a escrever não tanto sobre meus sentimentos. Comecei a ver as coisas de outra forma.
Nos últimos três anos estava imersa numa situação que me consumia e aos poucos estava me perdendo em mim, de mim. Ainda estou. Mas, apesar disso e da escrita ser uma forma de organizar as ideias, sinto que esses espaço se tornou uma arquivo, que não me pertence tanto a ponto de escrever sempre. Talvez vez ou outra ainda surja algo aqui, só talvez. Talvez conseguisse ajustar o que mudou em mim com uma escrita condizente, mas por enquanto está em um hiato. Seja porque fujo de pensar das coisas, seja porque simplesmente não consigo mais escrever sobre elas ou apenas porque passou e não sei se ainda consigo ver o mundo da mesma forma.
Enquanto isso fico aqui, perdida e observando.
E finalmente consegui vir aqui e escrever tudo isso, em primeira pessoa (coisa que quase nunca faço), pra falar que houveram algumas mudanças e pro meu bem ou não, não consigo mais escrever tanto. Parte do silêncio no qual estou imersa e do qual aos poucos estou tentando sair. Parte do hiato que preciso.
Então, é isso.
Vamos começar de novo, um passo por vez.
Então, é isso.
Vamos começar de novo, um passo por vez.