segunda-feira, 26 de outubro de 2015

"big neeeerds"

Você assiste a um filme de um super herói de HQ, se interessa pela história, deseja ler os quadrinhos. Aí vem um nerd lhe dizer que você não é digno o suficiente porque conheceu a história por um filme que ficou famoso quando na verdade não ainda não buscou mais da história.

Estou falando daquelas pessoas que se acham superiores porque entendem de algo. Acham que todo o seu conhecimento sobre determinada coisa é íntegro, completo e que ninguém chega ao seu nível. Observando pelas histórias que eu tenho conhecimento é possível entender que, na maioria das vezes, você sabe mais detalhes que quem acabou de conhecê-la. Todavia, isso não faz com que o outro não possa também saber. A cultura foi feita para ser expandida, explorada, não pra ficar restrita a um pequeno grupo.

Tenho como exemplo Star Wars. Conhecida, adorada por muitos. Action figures, filmes, livros, tem de tudo sobre a história. O Senhor dos Anéis, obra enorme de Tolkien, um gênio que criou todo um mundo adorável. São obras de fantasia, de ficção, que conheci a pouco tempo. Sei muito menos que a maioria dos que as aclamam, mas isso não me torna menos admiradora do trabalho de quem as desenvolveu. Isso indica que não tive contato antes, que existem pessoas que conheceram cedo e tem isso como parte de si e entendo. Contudo, não torna a obra propriedade delas. Já vi pessoas mais velhas se encantarem com Harry Potter apesar de não terem lido na época do auge gostaram bastante...

A cultura existe para ser parte de nós, parte de cada pessoa que a admira. O nível a que isso vai chegar depende de cada um, mas não quer dizer que só goste quem sabe tudo. Nem todos são tão nerds assim, ou ao menos ainda não, e isso não os torna menor, se gostaram genuinamente. Não há um teste para mostrar quem gosta mais ou menos, cada um gosta do seu jeito e toma aquilo de formas diferentes, alguns como parte da vida, não importando em qual parte dela está.

domingo, 18 de outubro de 2015

Poente

O peito queima
arde
se faz cinza viva
respira exposto
vencido de viver
molhado, encharcado
transbordando em lágrimas
pela simples existência
pela mera falta
de alguma coisa
enquanto se tem o necessário
enquanto se falta o inimaginável
na espera eterna do viver pleno
inatingível
nessa atmosfera
que me atordoa, me enche
e me faz seguir em frente
por um motivo bom, como soa o som
daquela velha música que nunca se tornará abuso
e preenche a cada dia
o mesmo vazio que insiste
em se abrir da descostura
que fazemos a cada adormecer
e seguramos a cada nascer do sol.