sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Visão

Visto meus óculos
E através deles
Vejo o mundo sob meus olhos
Sentindo cada gota de sangue
A percorrer-me os caminhos desse coração
Já agoniado e perdido.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

E o estopim veio de vinte centavos

julho de 2013
Corrupção; precariedade no sistema de saúde, com pessoas nos corredores, falta de médicos, de remédios,  enfim, de estrutura hospitalar pública; falta de investimentos na educação brasileira, com uma escola pública aparentemente confortável para sair nas propagandas, enquanto nas outras alunos e professores sofrem sem telhado e usando guarda-chuvas dentro das salas de aula - o caso em que a professora foi afastada do cargo por denuncia; próxima de Cuiabá, na única escola estadual do município de Ribeirão Cascalheira, as verbas foram prometidas mas o material está parado no chão -, sem portas, sem água, sem carteiras, sem quadros, e quando o material didático e os uniformes são entregues ficam guardados e não são distribuídos (como ocorreu em São Luís, MA); divulgar os problemas, apenas, é simples, pois é fácil encontrá-los, mas é obrigação do governo corrigir os mesmo, e não pode haver desculpa de falta de dinheiro, já que os salários no Senado são altíssimos, e além de ter condições o presidente do Senado usa avião oficial, pago com dinheiro público, para fins pessoais como ir a sua casa de praia; e não acaba ainda... vem a má remuneração aos professores, que ensinam todos os outros, porque o advogado, o médico, todos os outros são ensinados por professores, todos passamos por eles antes, e esses não são reconhecidos; os autos impostos cobrados no país, taxas, para andar em ruas esburacadas, com um trânsito congestionado e muitas vezes mal organizado; casas feitas pelo governo mas que caem depois de poucos tempo; e o mais forte atualmente, além da tarifa, que causa indignação em alguns desde o anunciamento: bilhões gastos em apenas UM! estádio de todos os que serão reformados e construídos, enquanto pessoas morrem nos corredores, enquanto a violência não permite uma pessoa, nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, poder chegar do seu trabalho em casa, que pode ser assaltada ou sequestrada, e muitas vezes morta ao abrir o portão, enquanto é preciso pagar escolas privadas quando a educação pública deveria oferecer o básico, o necessário, o mínimo aos alunos que a família não possui condições de pagar a escola. Para quem diz que não há motivos para tanto, que são SÓ POR VINTE CENTAVOS, será mesmo que não há motivos? Os protestos que estão ocorrendo não são somente para quem anda de ônibus, e vai sofrer com o aumento, mas para cada cidadão que vive sendo explorado de várias formas, sem os direitos que possui, para cada pessoa que quer um país melhor para viver, ser ser roubado, sendo exposto "na cara" o que se passa no governo e simplesmente não fazer nada. Acorda, representantes, que não há mais justificativas para tentar parar. Simplesmente não há como dizer que não existem motivos, porque eles são claros a muito tempo. E, principalmente, acorda, povo! que somos nós que escolhemos eles, apesar de toda a negociação entre os partidos, entre os que influenciam quem, quem apoia quem lá dentro... uma ação digna nas pequenas coisas já mostra educação, pertencimento a nação.

Nota: quero ressaltar que muitos dos problemas citados são problema não só do governo federal, como também dos governos estaduais e municipais.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Sonho, literalmente sonho

Aquele sonho de infância, diferente do da maioria. Foi se completando com um mais imediato e com aspecto fugitivo, mas que constitui mais sonho do que realidade.

Quem já passou pela experiência diz os pontos negativos, que se sobrepõem aos positivos. E essa ideias ficam dizendo "você pode não conseguir", " isso é desnecessário" e "você não será feliz por fazer algo apenas por impulsos acumulados". Mas nos momentos de tensão o sonho se fortalece. E a vontade de buscar uma realidade diferente é o que ainda mantém a idealização de pé.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Respeito é bom e faz bem para os dentes

Neste escrito me refiro à população do centro-sul como "vocês", mas desde já peço desculpas por não encontrar termo melhor. O texto não busca generalizar, pois existem pessoas que nasceram nessas regiões e que defendem as demais como a professora Patrícia PirotaVevs Valadares e Gustavo Magnani, do Literatortura; logo, se você não ofende um nordestino ou o está xingando e ameaçando bater nele nesse momento, sinta-se fora do "você".
"Quando eu era jovem e mais vulnerável, meu pai me deu um conselho que desde então tenho revirado na mente: 
- Sempre que sentir vontade de criticar alguém - disse ele -, lembre-se apenas de que neste mundo nem todos tiveram as vantagens que você tem."
(F. Scott Fitzgerald, O Grande Gatsby)

Defeitos todos temos. A população centro-sul e a nordestina. O próprio estado de Minas Gerais teve maioria de votos para o PT, e eis a questão: estão falando deles? Não, apenas do nordestino.

À população do centro-sul que comete tais atos agressivos e ofensivos e que se dizem tão politizados e superiores, cabe ter o mínimo de respeito com o povo que simplesmente não teve as oportunidades que vocês tiveram. Não esqueçam que a nação brasileira começou no nordeste. Que a mão de obra que fez as suas grandes cidades crescerem veio daqui. Do que vocês chamam de "pobre", "lascado", "analfabeto", foram eles que tiveram a capacidade de erguer o prédio de onde hoje você escreve criticando-o. Que a forma de falar que o nordestino tem e que muitos de vocês zoam, vocês também possuem, e que é algo natural das localidades. Que o índice de analfabetismo entre outros não positivos para uma sociedade não é porque queremos ser assim, e sim porque atitudes na história nos fizeram chegar nesse ponto (cadê a superioridade em conhecimento histórico?).

Intolerância e Preconceito são os nomes que se dão para explicar atitudes de quem ofende o outro pela diferença. O nordestino que nasceu na seca não pediu para viver (ou sobreviver) ali. O nordeste não é só mato, chão rachando, gente sem escolaridade e animal andando pela estrada, não. Porém, infelizmente, é isso que as grandes mídias mostram, patrocinadas por quem acredita nisso (e, infelizmente, tem dinheiro e influência política e social).

Ser politizado, ser inteligente, ser desenvolvido é saber respeitar as diferenças. Se acham a população do nordeste (que, quem nos ofende assim deve pensar ser totalmente analfabeta - o que, peço licença para dizer, é um equívoco triste) analfabeta, agora vocês estão provando que nós temos uma qualidade que muitos de vocês não tem: sabemos conviver em sociedade.

Não importa quem é PT, quem é PSDB, o importante é o respeito. Não querem um partido? Tomem atitudes de pessoas civilizadas, ao invés de criança chorando porque perdeu a balinha, aí vai e agride o irmão.

sábado, 25 de outubro de 2014

Queridas histórias da infância

Tenho em mim um amor
Que me preenche
E é parte de mim
Pelas histórias daqueles livros
Que lia na infância.

Fui eu mesma

Não é tarefa simples ser você mesmo em meio a tantas influências, mas elas podem ser boas se auxiliam na formação de um ser único como somos. Não quero ver aquele filme porque todos veem, ou jogar mesmo sem interesse só para ser do meio dos jogos e poder falar sobre ao invés de dizer "não conheço". Recordo ter visto em algum lugar que os sábios são capazes de dizer que não conhecem de um assunto em vez de fingir que entendem. E, vamos combinar, a sabedoria é algo admirável.

Os amigos, os conhecidos, os que possuem características que aspiramos ter um dia, aquelas inspirações, fornecem peças importantes para nossa formação. E que ela seja única, mesmo com suas semelhanças. Original, principalmente.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O início

Natal de 2011.


Noite de natal... normalmente estaria reunida com toda a família, comendo muito, e forçando um sorriso para parecer bem. Mas hoje foi diferente. Acordei bem cedo, antes das seis, arrumei a mochila e saí, em busca de um pouco de tranquilidade. Caminhei até a pequena estação da cidade, onde sairia um trem em quinze minutos... um período de espera onde pude pensar sobre minha vida. Essa mesma vida que eu estava deixando para trás, essa mesma onde eu tinha um coração partido, e estava atrás de mim, da minha felicidade, e da vida que eu havia perdido. Me lembro apenas do trem passando, depois dele parando, e de quando entrei. Comecei a andar, procurando a minha poltrona, até que achei o local, e quando fui colocar minhas coisas:
- Oi, pequena.
- Oi.
- O que faz aqui?
Quando vi, lá estava eu, contando minha história pra um desconhecido. Mas já que estaria ao lado dele por toda a viagem, não ia fazer muita diferença, pelo menos íamos ter assunto no caminho. Ele achou loucura eu ir embora assim, sem avisar, sem mais nem menos, por conta de "uma paixão besta", mas cada um sabe a dor que trás no coração. A viagem foi longa, e um pouco cansativa, até que chegamos à cidade.
- Então você fugiu de casa por conta de um amor que não deu certo?
- Não foi bem isso, é que minha vida era uma droga.
- A nossa vida só é uma droga quando nós vemos ela por esse lado. Se todo dia de manhã você sorrir das pequenas coisas, ao invés de chorar por grandes problemas.. tente equilibrar as situações.
- Mas é que você não entende. A minha família é um horror. A pessoa que eu amo não me ama, eu vivo presa dentro de casa, não me deixam sair para lugar nenhum, e... tudo é ruim.
- Já experimentou esperar?
- Esperar o que? O tempo passar e eu apenas ver pela janela?
- Esperar as coisas certas nos momentos certos.
- Então você acredita no destino?
- Acredito que tudo tem sua hora, e que, quando ela chega, devemos agarrá-la. Preste atenção, querida, tudo tem um motivo, se não achasse sua vida uma droga, você não teria fugido, não teria me conhecido, e eu não teria conhecido o amor da minha vida. Hoje entendo porque todos os outros deram errado. Agora vamos pegar o trem e voltar para o seu lar, prometo não sair do seu lado. Nem durante a viagem, nem durante qualquer dia da sua vida.

~

(publicado originalmente em uma-poeta-solitaria.tumblr.com. Nos tempos em que ouvia Fresno constantemente, em que choveu mais do que qualquer época que lembre, e onde tinha as primeiras pontadas de sentimentos jovens. Pois é, hoje olho para trás e não vejo tais momentos como algo ruim. Pelo contrário, após um tempo de "hiato" de mim mesma, de não conseguir ouvir mais as músicas que ouvia antes, de sentir mais facilmente e mais superficialmente; hoje consigo ouvir a mesma banda sem sentimentalismo em excesso. Não que tudo foi bom, porque não foi, mas olhamos e valorizamos o que passou, como parte. Hoje ouço, seleciono,  e reescrevo aquele texto escrito no tempo que até ontem era triste, mas hoje era simplesmente meu, parte do todo.
"Arrumei a mochila" inspirado na série Noite Eterna, quando a Bianca se prepara para fugir da escola interna e voltar à cidade onde viveu até então)

O eu sou

Penso, escrevo.
Acho me conhecer
Mas não me conheço.

Faltam opções, faltam meios
De demostrar isso
E confirmar o que penso não saber
Que talvez saiba
Ou talvez não esteja tão construído quanto penso estar...

Palavras saem
Socam as barreiras
Se perdem no caminho
E algumas pulam fora
Em qualquer espaço em branco
Na eterna esperança de um texto
Com as palavras certas
Que quase nunca saem.

Sou o que sou
Parte dos que me inspiram
Sou o que tento
O que pretendo e busco.

Desperdícios

A vida é muito curta para desperdícios desnecessários.

É crua.

E faz com que seja deliciosamente necessário aproveitar cada palavra, cada som, cada sonho, cada milésimo de segundo, cada hora. Os pequenos detalhes, as ações, os projetos. De obrigações já somos saturados, e a existência é crua, pura, em branco, mas o conhecimento é encantador e pode preenchê-la com momentos únicos e especiais. Já que não se pode conhecer tudo, que se chegue até o que for possível aprender com e por prazer...

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Por que demorei tanto para ver Gilmore Girls?

Simplesmente sensacional. Uma série interessante, inteligente e, também, divertida. Personagens espetaculares, bem construídos, e a Rory? Sem comentários. Me fez querer nascer de novo só para ler mais na infância e crescer com os hábitos de leitura dela,que são muito bons. Rory é meiga, inteligente, profundamente leitora e determinada; além de ter uma mãe que é mais uma amiga (apesar dos contratempos ao longo das temporadas). Consegue cativar a todos com suas tentativas de manter a paz em qualquer ambiente. O ambiente, alguns personagens, e a Rory, principalmente, são cativantes.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Chuva

O tempo parece ter melhorado um pouco. Finalmente o calor infernal do último mês deu lugar à umas gotas de chuva e o clima ameno consegue preencher o pouco espaço de satisfação existente. As leituras até que fluíram bem nos últimos dezessete dias, mas agora desandam de novo e o sono é um dos culpados.

Mas, tudo bem. Amanhã tem mais café para acordar, ou talvez não, só pra ficar sentindo o sono percorrer o cérebro e impedir o raciocínio naqueles problemas, aos quais somos peça secundária e não podemos resolver.

Mais aulas, poucos amigos, médios livros. Quem sabe mais uma chuva não traz alegria na espera de outro dia, e outro dia, e de um carpe diem não realizável.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Um

Busca-se palavras carregadas de verdades e significado irrefutável.

Contudo, o que mais causa o prazer racional é justamente o passar da folha que, ao menos na minha imaginação, consegue arrancar inconscientemente um suspiro e uma alegria.

O essencial se torna invisível por ser bastante complicado expressar através de uma conversa, uma imagem, um olhar. Através, também, de palavras, pois essas, como os anteriores, escondem a grandiosidade que existe na simplicidade de um mortal. Entre palavras e além se busca expressar aquele essencial que é eternamente invisível. O profundo que só se descobre de formas ainda não exploradas pela humanidade.