quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Pequena

Deixe ser a profundeza do ser, da queda, da estadia na inquietação e no desânimo causados pela percepção do vazio nessa existência sem contexto. Com perspectivas falsas que utilizam o precioso imaginário para inventar uma vida, com a aceitação da nossa pequenez com alguns sorrisos, alegres com qualquer coisa, não com o simples, mas para esconder e tapar os buracos deixados pela percepção dos anseios e pela luta constante contra nossas limitações como seres inteligentes, porém humanos, imperfeitos: os dentes amarelam, a cabeça dói, o cansaço reina. E a mediocridade colide com a vontade de todo dia ser alguém melhor, seja no menor aspecto possível. No imaginário das madrugadas, ser o que se aspira, conhecedor, pensador, construtor de uma história, pesquisador. Seres que alternam com as restrições da sua pequenez, apesar da significância no Universo, seus almejos mais secretos. Infinitos, incontáveis, infelizmente limitados. Um que se retira, por um instante, poeticamente, para colocar-se entre vírgulas, em colisão e amor.

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