domingo, 21 de junho de 2015

Sufoco amargo

Hoje eu poderia
fugir para o topo
da mais alta montanha
E por lá ficar
até congelar
os órgãos
a tristeza destruir o estômago
a mente já tão perturbada
agradecer para se livrar
desse cérebro, desse corpo
cheio de expectativas
cobertas de larvas
de esperança
apagadas
de dias queimados
na fogueira
compensados
agora pelo frio
que invadiu as muralhas de pedra
que apagou a chama interior
Não há esperança? Esvaiu
não há luta
não agora
contra essa dor
física, metafórica
que machuca
e afeta
transforma
uma chama em uma pedra de gelo
e carrega minha pessoa
para essa montanha
flutuo.
Só hoje.
Não sei mais o que fazer
com tal sentimento
tão significativamente podre
e presente
de agonia
e sufoco
isso não cabe mais em mim
e é necessário muito isolamento
para morrer em silêncio
a cada instante
sem esperança
sem ideias
realizadas
apenas rodeadas
de medíocres
"Confesso mesmo que, de minha parte, andei até meio podre de um lado, mas é justamente deste lado do fruto já meio comido de passarinho é que se está mais próximo da semente" Fernando Sabino
publicação original órbita paralela

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