segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Escape

Ele levanta e vai lá. Mais um dia com as mesmas pessoas, os mesmo rostos vistos apenas de passagem sem sequer saber o nome. O mesmo pequeno círculo de faces. Apenas

Mais um turno da luta mensal, anual, de uma vida, esperando o reforço da esperança a cada queda ou simplesmente a cada nascer do sol.

Os dias passam monotamente e tristemente apesar do pão na mesa e do teto para dormir. Sim, ele luta, e contra dois inimigos-mães: os outros e si mesmo.

Todos os dias se senta à mesa para escrever, mas sua mente é teimosa demais para aceitar a mistura de realidades, para aceitar entrar em uma história criada no âmbito do seu cérebro e do seu ser enquanto o mundo desaba ao seu redor.

Insistente. E insiste em escrever frases curtas, contos, metáforas. Em espetar seus escritos com
trechos pessoais.

Por sorte do nosso personagem a situação apertou a ponto de se fazer escape. Do respirar ser puxado, e da mente querer percorrer caminhos.

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