segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Enjoy

Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.
Quem é você, Alasca?
Cada instante é aquele único instante e nada mais. Toda a nossa existência se baseia em "agoras", no presente sempre constante, na criação de outras divisões: do passado atormentador e da ansiedade com o futuro. Na relatividade do tempo que um adolescente possui demorou, mas completei os dezessete anos em um piscar de olhos e no próximo já tinha feito dezoito, realizado as provas do vestibular, provado vinho e concluído o colégio.

Existe a maior infinidade de personalidades, umas vivem o carpe diem enquanto outras são mais regradas, e consegui colocar essas duas variações em pouco tempo em mim, no fundo na minha filosofia de não deixar passar oportunidades para poder emitir opinião através da vivência e encontrar as situações que me deixavam confortável. Enquanto isso, um manto surgiu repetindo que eu não podia errar. E repetindo que podia ter feito melhor, podia ter tido mais foco, gastado menos tempo com horas a fio vendo fotografias no Tumblr e lendo esporadicamente. Podia ter feito mais com o tempo ou simplesmente nada, apenas senti-lo com um chá, café, qualquer coisa. Ele, o tempo, me atormentava, me perseguia, cada minuto que passava no relógio do microondas. Eu podia ter visto mais filmes e pesquisado mais sobre cinema. Passei a tentar consertar algum erro perdido ali atrás e me perdendo ainda mais.
Seu Moço,
Às vezes, quando pensamos que estamos perdidos, é porque encontramos quem realmente somos.
E, de tão estranhos, não nos reconhecemos. 
Patrícia Pirota 
E passou, apesar de ainda nova e de não querer ficar remoendo a pasagem do tempo, insisto em olhar para trás e achar que houve tanto tempo perdido e desperdiçado gasto à toa, sem investimento, na espera de algo que até hoje não sei o que é.

Acredito na importância e no valor que cada período possui, justamente por isso a gente faz como o Seu Moço: pega o medo, a insegurança e o futuro branco e incerto, coloca no bolso e vai em frente. Ainda há tempo. Não fiz/estou fazendo terapia como a Beatriz, mas sinto a mesma necessidade de crescer e, infelizmente, a ansiedade foi o que me acompanhou até aqui, na espera de um amanhã esquecendo de que faço ele agora e de dar mais atenção a minha construção. Você anseia, anseia, pensa compulsivamente e só. Por enquanto, minha terapia é um caderno todo rabiscado de pensamentos.

Só não vamos dar passos para trás. Atenda a esse pedido desesperado de escrever o que surge repentinamente, ouça o seu corpo, converse com ele, e siga sua mente. Olhe para a frente sem tentar repetir o que fez com tamanha perfeição que colocou na sua cabeça existir e não mais conseguir repetir. Mantenha a coluna ereta, a mente aberta, calma, tranquila, se permita sonhar, e viver os momentos sem pressioná-los. Nem tudo é traçado em uma lista. Agora é a hora de sonhar, arriscar e ler o que eu queria ter lido, e ver o que eu queria ter visto, e ir atrás de mim. Menina, você consegue.


A propósito, esse texto da Beatriz (novamente ela, porque estou em um caso de amor com o deixa molhar) diz muito sobre o que tentei escrever nessa confusão aqui.

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