quinta-feira, 23 de julho de 2015

Explosão

Ela desejava ter nascido quando liam-se as letras das músicas nos encartes dos CD's e não pelo vagalume ou pelo letras. Quando liam ou encontravam amigos pessalmente ao invés de fazer amizade com pessoas virtuais que vivem distante de você. "Vou ali na casa do..."

É bom conhecer mais do que um pequeno círculo limitado pela região onde você se encontra. É bom ter acesso á informações. Mas ela queria experimentar viver quando liam o jornal em papel. Quando conversavam mais face a face do que por mensagens que lotam seus minutos. E os outros não entendiam que ela queria, mas não daquela forma: queria lhes falar sobre os últimos filmes que assistiu e saber como estava, mas não tão distante - a menos que você esteja distante.

Ela começou a perceber quanto o tempo estava sendo queimado como chamas sobre combustível. O quanto voava e cada segundo era tudo, tão precioso. E a guria estava certa, é mesmo. Mas para ser vivido e não empurrado com a barriga por aquela sua dor de cabeça insistente que vem desde a semana passada. Ou pelas determinações de planejamentos que nunca saem do papel mas visam sustentar a si.

Ela explodiu em fibras que escondiam o que ali estava oculto. Todos seus medos e anseios que não eram revelados nem pra pessoa mais próxima. As vontades de fazer coisas que nunca fez seja por qual motivo for. Suas dores inúteis voaram e as necessárias ficaram pra ela ter um incentivo nessa luta que encontra contra si mesma onde ser ela mesma era um problema a ser resolvido com uma boa dose de palavras duras, falta de compreensão e falta de si mesma em um sistema de robôs.

Ela queria algo que nem a mesma sabia ao certo. Mas sabia o que não queria. E sentia alguma imaginação se transformando em lágrima. A menina cansou e foi se deitar pra ver se a dor passava e no dia seguinte recomeçar tudo de novo, tão perdida quanto no dia anterior, entre leões.

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